sábado, 31 de maio de 2014

FESTAS DE LISBOA - 2014

LISBOA  prepara-se para o manjerico e para a sardinha...


AFestas de Lisboa começaram a 30 de maio e terminam a 3 de julho.

programa das festas de lisboa 2014

Workshop de Literatura e Música “O Som das Narrativas” por Anabela Duarte em Lisboa, a partir de 16 junho


“A transmutação é o fundamento geral e universal do mundo…. Trabalhar na transmutação, na transformação, na metamorfose, é obra própria nossa".

Herberto Helder




O curso tem por objectivo captar o interesse dos alunos e do público para a dimensão músico-literária das diferentes narrativas, criando uma alternativa e um complemento original à tradicional análise literária. Para isso, oferece um conjunto de ferramentas de exploração músico-literária que, constituindo um veículo educacional contemporâneo e alternativo, irá permitir alargar o espectro sensorial e cultural dos participantes, tornando-os mais receptivos a linguagens outras e a diferentes percepções do material explorado.
Lou Reed, Laurie Anderson, Diamanda Galás, John Zorn, Edgar Allan Poe, Paul Bowles, entre outros. O curso tem suporte audio-visual.
Data: 
16-20 de Junho; 23-25 de Junho [17h-20h] | 26 de Junho [16h20h]. Inscrições até 2 de Junho.
Local: Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
Organização:CEAUL (Centro de Estudos Anglísticos da U de Lisboa)

MAIS INFORMAÇÕES: 

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Apoio ao estudo de português - 9º ano de escolaridade

  Ruy Belo
Poeta e Ensaísta


1933 -1978
Ruy Belo nasceu em S. João da Ribeira, pequena aldeia do concelho de Rio Maior, em 1933. Foi aluno do liceu de Santarém e cursou Direito, primeiro na Universidade de Coimbra, depois na Universidade de Lisboa, onde se diplomou em 1956. De partida para Roma, doutorou-se em Direito Canónico na Universidade de S. Tomás de Aquino. Em Lisboa, viria a frequentar também a Faculdade de Letras, terminando em 1967 a licenciatura em Filologia Românica. Além de actividade no domínio editorial, Ruy Belo foi também professor. Leitor na Universidade de Madrid desde 1971, regressou ao país em 1977, vindo a falecer de modo súbito no ano seguinte.
Nome de destaque na poesia portuguesa contemporânea, exerceu igualmente intensa actividade de ensaísta e crítico literário. Da sua obra poética fazem parte Aquele Grande Rio Eufrates (1961), Boca Bilingue (1966), Despeço-me da Terra da Alegria (1977).
A Obra Poética de Ruy Belo encontra-se reunida em dois volumes publicados pela Editorial Presença, com organização e comentários de Joaquim Manuel Magalhães. Os livros do poeta estão a ser reeditados pela mesma editora. Um volume único com toda a obra poética, significativamente intitulado Todos os Poemas, foi ainda recentemente dado à estampa pelo Círculo de Leitores (2000) e pela Assírio & Alvim (2001).
                                                                                 Instituto Camões
                                           
"Tudo era Possível"






"Muriel"


L'expression de la condition



Willy Denzey    "Et si tu n'existais pas"






Joe Dassin  "Et si tu n'existais pas"




quarta-feira, 28 de maio de 2014

29 de maio





Este dia foi criado em 1981 pela Direcção Geral de Energia, com o intuito de sensibilizar as pessoas e líderes mundiais para a grande necessidade de poupar a energia,  optando por energias renováveis e mais amigas do ambiente.

A produção e utilização da energia contribui para o efeito de estufa, pelo que é urgente aplicar uma política energética mais eficaz, sustentável e segura.


"Alkantara Festival" - consulte o programa...






Alkantara é uma organização de Lisboa que se dedica ao desenvolvimento das artes performativas em Portugal e num contexto internacional. 




Alkantara


terça-feira, 27 de maio de 2014

Premiados

                               


    Premiados 2014
Concurso Canguru Matemático Sem Fronteiras



  1º Joana Veríssimo (8º1ª)
                        Categoria Benjamim         
      
   2º Inês Almeida (9º1ª)

       Categoria Cadete  
            
     3º Lucas Lima (9ºCE) 
                                                                        
                                                                        Categoria Cadete            
 
                Consulta o site,   http://www.mat.uc.pt/canguru/   e sabe qual a tua posição a nível nacional.


            Participaram 3 alunos na Categoria Benjamim, 6 na Categoria Cadete, e 13 na Categoria Júnior.

                              Parabéns a Todos pela Vossa Participação!

Lançamento...

para quem preferir a literatura policial...





"A Rapariga Inglesa" é o novo romance do norte-americano Daniel Silva, que mais uma vez apresenta uma história com o seu protagonista preferido, o espião e restaurador de arte, Gabriel Allon. 

O livro, uma edição Bertrand, está disponível, desde o dia 2 maio, nas livrarias.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Publicado despacho de Organização do Ano Letivo 2014/2015

Foi publicado hoje em Diário da República o Despacho de Organização do Ano Letivo 2014/2015. O anúncio foi feito pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC) ao final da manhã.
por Helder Robalo
DN Portugal

 Despacho disponível para consulta: http://dre.pt/pdf2sdip/2014/05/100000000/1344813455.pdf

POEMAS BREVES


I




Início
Desta página em diante
Vou amar-te poesia.
E o meu amor será
Esperança de vinho em mosto
Lágrima de suor…
Sem rosto.

II

É noite…
E quem dera que a noite fosse de música
Para desespero da cidade adormecida.
Ah, mas eu não caio nas garras do sono
- Sou Poeta!
                               
                                               João Reis

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Hoje, 22 de maio, "dia do autor português".

Urge que se conheçam os nossos autores.

Valorize-se, "saboreando" a nossa literatura.

Passe pela nossa Biblioteca... 

requisite um livro de um autor português.

 
 
 
 
 

quarta-feira, 21 de maio de 2014

A 84.ª Feira do Livro de Lisboa abre as suas "portas" de 29 de maio a 15 de junho

Lisboa Feira do Livro com novos pavilhões e "Picnic Literário"



Feira do Livro com novos pavilhões e Picnic Literário

A 84.ª Feira do Livro de Lisboa funcionará, de segunda a quinta-feira, das 12:30 às 23:00, às sextas-feiras e na véspera de feriados, das 12:30 às 24:00, ao sábado, das 11:00 às 24:00 e, aos domingos e feriados das 11:00h. às 23:00h.
Como em 2013, haverá uma "happy hour", a decorrer de segunda a quinta-feira, das 22:30 às 23:00, durante a qual as obras com mais de 18 meses de preço fixo estarão sujeitas a descontos de 50%.

  "Notícias ao Minuto"


terça-feira, 20 de maio de 2014

"Início"...


 
Início

Desta página em diante

Vou amar-te poesia.

E o meu amor será

Esperança de vinho em mosto

Lágrima de suor…

                                    Sem rosto.
 
                                                       
                                                                 João Reis

domingo, 18 de maio de 2014

Participação da ESFB na Feira de Orientação Escolar e Profissional

A Escola participou ativamente, no dia 13 de maio de 2014, na Feira de Orientação Escolar e Profissional, promovida pelo projeto "Fazer a Ponte", nas instalações da Junta de Freguesia de Alcântara.

Alunos e professores deram a conhecer a oferta formativa da escola aos inúmeros visitantes que passaram pelo nosso expositor, onde puderam ver alguns dos trabalhos desenvolvidos pelos alunos dos vários cursos.



Seminário Transdisciplinar: "Escritas e culturas na Europa" - 30 de maio, entrada gratuita.





Incrições: centro.historia@fl.ul.pt

O PORTO DE LISBOA NA ÉPOCA ROMANA...


Olisipo 3D (Making-of)





Link: http://vimeo.com/95020215


Desenvolvimento 3D (3D development): César Figueiredo
Desenvolvido para (developed for): Documentário "Fundeadouro Romano em Olisipo" (O Porto de Lisboa em Época Romana). Um documentário de Raul Losada.
"Roman Anchorage in Olisipo" (The Port of Lisbon in Roman Times). A documentary by Raul Losada.
Co-produção (Co-production): ERA Arqueologia e Portugal Romano
Apoio (Support): Administração do Porto de Lisboa
Agradecimentos (Gratefulness): Raul Losada e Portugal Romano
Audio Kevin MacLeod
"All This" Kevin MacLeod (incompetech.com)
Licensed under Creative Commons: By Attribution 3.0





sexta-feira, 16 de maio de 2014

Entradas gratuitas marcam o "Dia Mundial dos Museus"


450 iniciativas marcam
"Dia Mundial dos Museus"

 
18 de maio
 

Ligação ente várias gerações e culturas...

 
Dia Internacional dos Museus, com visitas orientadas a exposições, concertos, ateliês e encenações.

 
 
 

terça-feira, 13 de maio de 2014

especialmente para o 9º ano

obra em estudo...

Os Lusíadas 





Biografia de Luís de Camões

Link: http://cvc.instituto-camoes.pt/literatura/camoes.ht


"Os Lusíadas"

LEITURA, PREFÁCIO E NOTAS DE 
ÁLVARO JÚLIO DA COSTA PIMPÃO 

APRESENTAÇÃO DE 
ANÍBAL PINTO DE CASTRO 

http://212.55.162.100/biblioteca/livros/poesia/lusiadas.pdf




CAMOES, Luís de, 1524?-1580


Os Lusiadas / de Luis de Camões. - Lisboa : em casa de Antonio Gõçaluez, 1572


capa



Sugestão de leitura:






Através da leitura deste livro, que se encontra na nossa Biblioteca, vai ser mais fácil compreender a Epopeia "Os Lusíadas".


Título: "Os Lusíadas Contadops ás Crianças e Lembrados ao Povo"

Adaptação: João de Barros

Ilustrador: Martins Barata

Editora: Sà da Costa


 "Era uma vez um povo de marinheiros e de heróis, o povo português, o nosso povo, que já lá vão muitos anos — mais de quatrocentos — quis descobrir o caminho marítimo para a Índia. A Índia aparecia então, aos olhos de todos os Europeus, como terra de esplendor e de riqueza, que todos os homens desejavam, mas onde era difícil, quase impossível chegar. Só a coragem e a audácia dos Portugueses seria capaz da proeza heroica! Assim inicia João de Barros a sua adaptação em prosa de Os Lusíadas, o poema épico português. Nesta obra, o autor condensa e simplifica a leitura dessa joia da literatura nacional, tornando-a acessível a um público mais jovem, mas interessado em conhecer a sua História e as suas Origens."






segunda-feira, 12 de maio de 2014

as palavras belas e doces derretem a algidez da vida...



À minha Mãe



Numa esquina do tempo
Espero ainda o desdobrar do meu destino
Nas rugas da tua face.

Eu já sabia – mais tarde ou mais cedo
Estávamos condenados a este desenlace
- eu criança velha a atrapalhar
A paz com que cortaste as amarras.

Sinto-me só mas tenho esperança
De um dia ainda voltar a ser criança

E te encontrar.
                                            
                                                 João Reis

(À minha Mãe)


2009/05/11

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Festival da máscara chega a Lisboa...




 IX Festival Internacional Máscara Ibérica (FIMI) começou hoje, em Lisboa, e estende-se até domingo, para divulgar a cultura presente em várias regiões de Portugal e Espanha, disseram à agência Lusa os organizadores do projeto.

"A máscara acontece em várias culturas, em vários povos, em vários continentes. (...) Um evento que ande em torno da máscara e que revele tudo aquilo que são as várias identidades das regiões que participam neste festival é muito importante para a cidade de Lisboa" devido à "carga distintiva" que apresenta, disse o presidente do conselho de administração da Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), Miguel Honrado.O responsável falava hoje no Rossio, em Lisboa, à margem da apresentação à imprensa da nona edição do FIMI.O objetivo desta iniciativa é "trazer a Lisboa um evento que tenha essa carga de atratividade" e assim "contribuir para a notoriedade da cidade, a nível da cultura da máscara", acrescentou o dirigente da EGEAC.O FIMI é organizado por aquela empresa municipal, juntamente com a Progestur, associação sem fins lucrativos que trabalha na afirmação e valorização da identidade cultural, e reúne na baixa lisboeta uma mostra de regiões espanholas e portuguesas, ao nível da gastronomia, dos vinhos ibéricos e do artesanato. A estes acrescem a animação de rua e os concertos das bandas Skama la Rede e Kepa Junquera.O presidente da Progestur, Hélder Ferreira, afirmou à Lusa que "Lisboa é neste momento, em termos turísticos, umas das cidades que está na moda", o que se torna crucial para receber "eventos de grande identidade" onde as raízes dos dois países estão presentes.



                                                                                                                         PUB-  DN -cartaz
                                                                                                                         09-05-2014

SUGESTÃO MUSICAL...


RODRIGO LEÃO









Rodrigo Leão, de seu nome completo Rodrigo Costa Leão Muñoz Miguez, é um músico e compositor português. Nasceu em Lisboa, em 1964. Tornou-se conhecido nas bandas Sétima Legião e Madredeus.

de registo...

Livros "Diário de Paris" de Aquilino Ribeiro regressa às livrarias



Diário de Paris de Aquilino Ribeiro regressa às livrarias


obra, que foi editada pela primeira vez em 1934, é "um retrato pessoal e íntimo de Aquilino Ribeiro sobre um dos mais importantes acontecimentos da História mundial recente", afirma a editora em comunicado.

No prefácio, o escritor Mário Cláudio chama à atenção para o facto de que "o diarista não se coíbe de apontar a emergência de uma segunda e não menos catastrófica conflagração", como veio a acontecer em 1939.

"O que sobreleva do discurso [de Aquilino] será o veto pessoal a tudo quanto, redundando na perversidade dos descendentes de Caim e Abel, promove 'muita miséria, morticínios, violências e as infalíveis depredações'. Não escondendo uma certa inclinação política para uma Alemanha que sairia do tratado de Versalhes como um desses 'vencidos a que deixaram os olhos para poder chorar', Aquilino não regateia a simpatia intelectual por uma França que continua a taxar de 'nação adorável, ainda mais vista de longe que intramuros, cheia de encantos físicos, harmonizadora da vida, reguladora da arte'".


Notícias ao Minuto


ESPECIALMENTE PARA O 10º ANO ... OBRA EM ESTUDO

 
 

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Literatura 'Pequeno livro das coisas' recebe Prémio Bissaya Barreto

 

O livro de poemas 'Pequeno livro das coisas', de João Pedro Mésseder, ilustrado por Raquel Caiano, venceu o Prémio Bissaya Barreto de Literatura para a Infância 2014, anunciou a fundação que o atribui.
Publicado em 2012, o livro reúne pequenos poemas sobre "objetos triviais do quotidiano", escritos de uma forma que "desafia o jovem leitor/ouvinte para a contemplação do mundo", justifica o júri.
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O prémio, bienal, foi atribuído por unanimidade aos dois autores por uma obra que convoca "todo o potencial imaginativo da criança", sendo recomendado para leitores dos seis aos doze anos.


06:47 - 03 de Maio de 2014 | Por 

A 7 de Maio de 1833, nasce, em Hamburgo, o compositor alemão Johannes Brahms.

Uma das mais importantes figuras do romantismo 
musical europeu do século XIX.

 





Hamburgo, 7 de maio de 1833 — Viena, 3 de abril de 1897


terça-feira, 6 de maio de 2014

A inauguração da torre mais famosa do mundo...

no dia 6 de maio de 1887


125 anos de Torre Eiffel






Verdadeiro ícone de Paris e de França, a Torre Eiffel, grande “dama de ferro”, domina a cidade-luz .
Foi em 1889 que Paris inaugurou a Torre Eiffel como arco de entrada para a Exposição Universal. Localizada no Champ de Mars, a Torre Eiffel é um dos monumentos mais emblemáticos do mundo.

A "Dama de Ferro", símbolo de Paris e de França, ergue-se em 324 metros de ferro que lhe garantiram o título de edifício mais alto do mundo até 1930.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

UMA RELÍQUIA ... MEMÓRIA DA "ANTIGA" FONSECA BENEVIDES

Exposição fotográfica 

realizada durante o mês de fevereiro de 2009

                                                                           

                          Autor: Professor João Reis



5 de Maio é o Dia da Língua Portuguesa e da Cultura Lusófona


A 6ª língua mais falada do mundo é a portuguesa


Em 2005, ficou decidido em Luanda, Angola, que o dia 5 de Maio seria o Dia da Língua Portuguesa, mas a data só foi oficializada em Junho de 2009, em Cabo Verde, quando os países que pertencem à Comunidade se reuniram e chegaram a acordo no XIV Conselho de Ministros da CPLP.

O Dia da Língua Portuguesa e da Cultura é celebrado nos oito países membros da comunidade lusófona: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Actualmente, a língua portuguesa é considerada a sexta língua mais falada no mundo, destacando-se internacionalmente não apenas no âmbito cultural e político, mas também económico.


                                                                                                                                                                                        Fonte: Inforpress

domingo, 4 de maio de 2014

para todas as mães... todos os dias...







POEMA À MÃE

No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe.

Tudo porque já não sou
o menino adormecido
no fundo dos teus olhos.

Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais.

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura.

Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos.

Mas tu esqueceste muita coisa;
esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!

Olha - queres ouvir-me? -
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;

ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal...

Mas - tu sabes - a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.

Boa noite. Eu vou com as aves.

in «Os Amantes Sem Dinheiro» (1950)

Eugénio de Andrade


LinK: http://www.youtube.com/watch?v=tlTDuU0VK3k




AS MÃES

Quando voltar ao Alentejo as cigarras já terão morrido. Passaram o verão todo a transformar a luz em canto - não sei de destino mais glorioso. Quem lá encontraremos, pela certa, são aquelas mulheres envolvidas na sombra dos seus lutos, como se a terra lhes tivesse morrido e para todo o sempre se quedassem órfãs. Não as veremos apenas em Barrancos ou em Castro Laboreiro, elas estão em toda a parte onde nasce o sol: em Cória ou Catânia, em Mistras ou Santa Clara del Cobre, em Varchats ou Beni Mellal, porque elas são as mães. O olhar esperto ou sonolento, o corpo feito um espeto ou mal podendo com as carnes, elas são as Mães. A tua; a minha, se não tivesse morrido tão cedo, sem tempo para que o rosto viesse a ser lavrado pelo vento. Provavelmente estão aí desde a primeira estrela. E o que elas duram! Feitas de urze ressequida, parecem imortais. Se o não forem, são pelo menos incorruptíveis como se participassem da natureza do fogo. Com mãos friáveis teceram a rede dos nossos sonhos, alimentaram-nos com a luz coada pela obscuridade dos seus lenços. Às vezes, encostam-se à cal dos muros a ver passar os dias, roendo uma côdea ou fazendo uns carapins para o último dos netos, as entranhas abertas nas palavras que vão trocando entre si; outras vezes caminham por quelhas e quelhas de pedra solta, batem a um postigo, pedem lume, umas pedrinhas de sal, agradecem pelas almas de quem lá têm, voltam ao calor animal da casa, aquecem um migalho de café, regam as sardinheiras, depois de varrerem o terreiro. Elas são as Mães, essas mulheres que Goethe pensa estarem fora do tempo e do espaço, anteriores ao Céu e ao Inferno, assim velhas, assim terrosas, os olhos perdidos e vazios, ou vivos como brasas assopradas. Solitárias ou inumeráveis, aí as tens na tua frente, graves, caladas, quase solenes na sua imobilidade, esquecidas de que foram o primeiro orvalho do homem, a primeira luz. Mas também as podes ver seguindo por lentas veredas de sombra, as pernas pouco ajudando a vontade, atrás de uma ou duas cabras, com restos de garbo na cabeça levantada, apesar das tetas mirradas. Como encontrarão descanso nos caminhos do mundo? Não há ninguém que as não tenha visto com umas contas nas mãos engelhadas rezando pelos seus defuntos, rogando pragas a uma vizinha que plantou à roda do curral mais três pés de couve do que ela, regressando da fonte amaldiçoando os anos que já não podem com o cântaro, ou debaixo de uma oliveira roubando alguma azeitona para retalhar. E cheiram a migas de alho, a ranço, a aguardente, mas também a poejos colhidos nas represas, a manjerico quando é pelo S. João. E aos domingos lavam a cara e mudam de roupa, e vão buscar à arca um lenço de seda preta, que também põem nos enterros. E vede como, ao abrir, a arca cheira a alfazema! Algumas ainda cuidam das sécias que levam aos cemitérios ou vendem pelas termas, juntamente com um punhado de maçãs amadurecidas no aroma dos fenos. E conheço uma que passa as horas vigiando as traquinices de um garoto que tem na testa uma estrelinha de cabrito montês - e que só ela vê, só ela vê.

Elas são as Mães, ignorantes da morte mas certas da sua ressurreição.

  in "Vertentes do olhar" (1987)
  Eugénio de Andrade





Para SemprePor que Deus permite 
que as mães vão-se embora? 
Mãe não tem limite, 
é tempo sem hora, 
luz que não apaga 
quando sopra o vento 
e chuva desaba, 
veludo escondido 
na pele enrugada, 
água pura, ar puro, 
puro pensamento. 
Morrer acontece 
com o que é breve e passa 
sem deixar vestígio. 
Mãe, na sua graça, 
é eternidade. 
Por que Deus se lembra 
— mistério profundo — 
de tirá-la um dia? 
Fosse eu Rei do Mundo, 
baixava uma lei: 
Mãe não morre nunca, 
mãe ficará sempre 
junto de seu filho 
e ele, velho embora, 
será pequenino 
feito grão de milho. 
Carlos Drummond de Andrade, in 'Lição de Coisas'





















Canção de Embalar

Dorme meu menino a estrela d'alva
Já a procurei e não a vi
Se ela não vier de madrugada

Outra que eu souber será pra ti
ô ô ô ô ô ô ô ô ô ô ô ô (bis)
Outra que eu souber na noite escura
Sobre o teu sorriso de encantar
Ouvirás cantando nas alturas
Trovas e cantigas de embalar
Trovas e cantigas muito belas
Afina a garganta meu cantor
Quando a luz se apaga nas janelas
Perde a estrela d'alva o seu fulgor
Perde a estrela d'alva pequenina
Se outra não vier para a render
Dorme "quinda" à noite é uma menina
Deixa-a vir também adormecer

Zeca Afonso